segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Em meio a tudo


Eu não sei bem, ainda, porque mantenho esse blog. Talvez seja uma forma de expurgar sentimentos, talvez eu simplesmente preciso ter algo para escrever e compartilhar. Poderia fazer isso no facebook, no tumblr, enfim. Mas não. Prefiro assim.
E, mais uma vez, venho falar de dor, de perda. Não me julguem. A arte, a escrita, é o melhor caminho pra se tratar a dor. Pelo menos pra mim. 
Têm sido complicado meu ano. No último post que fiz, no último dia do ano passado, desejava que este ano fosse melhor. Foi e tem sido, em vários momentos. No entanto, algo começa a me perturbar: neste ano, coisas realmente boas têm acontecido, mas quem está vendo isso comigo? Quem está partilhando da minha felicidade? Tenho meu irmão, meu namorado, meus amigos...
Mas, e aquela pessoa que, quando eu voltava da faculdade, estava acordada, esperando, mesmo que sonolenta, pra saber se eu cheguei bem, como foi meu dia, me dar um abraço e me dar boa noite? Esse carinho, específico e único, não está mais. O orgulho que minha mãe estaria estampando nos olhos com as conquistas que tenho feito, que só ela sabia demonstrar, não está mais lá. Por mais que sejam coisas relativamente pequenas, mas que me fazem extremamente feliz, ela estaria imensamente orgulhosa, justamente, por eu estar feliz e realizada. Não estou dizendo que não há isso da parte de outras pessoas que estão a minha volta. Há e bastante. Mas não é a mesma coisa. Nunca vai ser. O que me faz triste em meio à felicidade, é o não ter. É o imaginar e ansiar por um abraço dela, por uma palavra, pela voz. Mesmo que isso soe triste demais, para alguns, é exatamente assim que me sinto. E preciso falar disso, pois isso sou eu, em grande parte.