quinta-feira, 12 de março de 2015

Do que eu sinto agora

Tem muitas coisas que eu me pergunto se são realmente verdade. Se realmente acontecem comigo. De tudo de ruim que já aconteceu e que tem acontecido, acho que o mais incompreensível é ver alguém tão próximo, que viveu contigo e ajudou na tua educação a vida toda, sair assim, dessa forma tão desgastante. Eu costumo me magoar com certa facilidade, mas, as mágoas que mais permanecem nesse coração são as que vêm de pessoas próximas que são injustas comigo. Quando eu claramente não tenho culpa pela situação.
Acredito que pegar o caminho mais fácil na criação dos filhos, o de abandoná-los afetivamente, seja uma das maiores crueldades que existem. É muito simples se eximir das responsabilidade e deixar toda a questão emocional pra mãe das crianças. E isso me deixa cada vez mais irritada, pois é culpa de uma sociedade que coloca na figura da mãe todas as responsabilidades do mundo.
Minha mãe sustentou emocionalmente minha família sem meu pai nunca mexer um dedo pra isso. E isso é uma bosta, amigos. Ela se foi e sobrou só uma estrutura podre, que desmoronou ao menor sopro de vento. Em questão de dias, estávamos eu e meu irmão jogados em meio ao tornado que é viver sem um carinho mais próximo. De certa forma, não esperávamos nada além de sustento financeiro do lado paterno, mas, a gente sempre se agarra a uma ideia, no fim das contas. A questão, é que a própria ideia era um absurdo e foi assim que chegamos aqui, num clímax triste e demasiado pesado.


Deixo uma dedicatória nesse texto:

ao meu irmão, que já é um tremendo pai e tenho certeza que, junto a Denise, vai ser tudo que a Bárbara precisa e vão criar essa menina com igualdade afetiva e sabendo que a escolha deles exige uma responsabilidade enorme.

Lamento o relato emocionado, mas não há nada mais horrível do que criar nós nas gargantas que não se desfazem nunca.


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Em meio a tudo


Eu não sei bem, ainda, porque mantenho esse blog. Talvez seja uma forma de expurgar sentimentos, talvez eu simplesmente preciso ter algo para escrever e compartilhar. Poderia fazer isso no facebook, no tumblr, enfim. Mas não. Prefiro assim.
E, mais uma vez, venho falar de dor, de perda. Não me julguem. A arte, a escrita, é o melhor caminho pra se tratar a dor. Pelo menos pra mim. 
Têm sido complicado meu ano. No último post que fiz, no último dia do ano passado, desejava que este ano fosse melhor. Foi e tem sido, em vários momentos. No entanto, algo começa a me perturbar: neste ano, coisas realmente boas têm acontecido, mas quem está vendo isso comigo? Quem está partilhando da minha felicidade? Tenho meu irmão, meu namorado, meus amigos...
Mas, e aquela pessoa que, quando eu voltava da faculdade, estava acordada, esperando, mesmo que sonolenta, pra saber se eu cheguei bem, como foi meu dia, me dar um abraço e me dar boa noite? Esse carinho, específico e único, não está mais. O orgulho que minha mãe estaria estampando nos olhos com as conquistas que tenho feito, que só ela sabia demonstrar, não está mais lá. Por mais que sejam coisas relativamente pequenas, mas que me fazem extremamente feliz, ela estaria imensamente orgulhosa, justamente, por eu estar feliz e realizada. Não estou dizendo que não há isso da parte de outras pessoas que estão a minha volta. Há e bastante. Mas não é a mesma coisa. Nunca vai ser. O que me faz triste em meio à felicidade, é o não ter. É o imaginar e ansiar por um abraço dela, por uma palavra, pela voz. Mesmo que isso soe triste demais, para alguns, é exatamente assim que me sinto. E preciso falar disso, pois isso sou eu, em grande parte. 

sábado, 31 de dezembro de 2011

O pior ano de todos os tempos da última semana

Não sei se fico aliviada pelo fim de 2011, pois, de qualquer forma, não vai fazer diferença na minha vida a virada do ano ou se fico triste. Aliviada seria pelo fato de ter sido um ano terrível e blá,blá,blá...entretanto, eu poderia ficar triste, pois é o final do último que a tive comigo. E isso não é egoismo nem sadismo. É a passagem simbólica de um ano em que ainda havia a minha mãe (pelo menos até outubro) para um ano em que não haverá nada sobre ela, somente as lembranças.
Pode ser também que eu esteja estranhando o fato de não passar o ano nem em casa, nem com tios, tias e principalmente, meu pai. Seremos eu, meu irmão e a família do meu namorado. Bizarro. É como quebrar um espelho antigo, que refletiu 20 anos de mesas de frutas e pessoas dançando, inclusive minha mãe.
Não era pra ser um post triste. Era pra ser um post de despedida de uma ano que começou ótimo, teve um período ruim, melhorou no meio e desandou de vez no final. É isso.
Espero que o próximo seja melhor, em tese.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cinema

A Rejane Herzer, do Cat Like Thief me mandou esse Cine-Meme (para o blog antigo, na verdade) pra responder. Ok, vou tentar ser sucinta.  

1. QUAL SEU FILME PREFERIDO?

A Estrada- Federico Fellini


2. QUAL TIPO DE FILME VOCÊ MAIS CURTE: ANIMAÇÃO, ROMANCE, AÇÃO, DRAMA, COMÉDIA, TERROR?
Não há um gênero específico. Há diretores favoritos, como o Bergman, o Fellini e o Almodóvar. Serve?


3. QUAL FILME DE EFEITO ESPECIAL VOCÊ MAIS CURTIU?
O Senhor dos Anéis-Trilogia


4. CITE UM FILME DE: ROMANCE, AÇÃO, DRAMA, COMÉDIA E TERROR.
Romance: 500 dias com ela (se é que pode ser considerado romance, mas, vá lá)
Ação: Serve super-herói? Homem de Ferro 2. 
Drama:  Nosssa. Gritos e Sussurros-Ingmar Bergman.
Comédia: Little Miss Sunshine
Terror: Não assisto filmes de terror, mas, O Iluminado, do Kubrick, serve?
 

5. SE PUDESSE TER ATUADO EM ALGUM FILME, QUAL TERIA SIDO?
Oito e meio, do Fellini. Qualquer uma daquelas mulheres me servia (como personagem!) :D


6. CITE, NA SUA CONCEPÇÃO, UM MELHOR ATOR E ATRIZ E SUAS MELHORES ATUAÇÕES.
Ator: Marcello Mastroiani: A Doce Vida e Oito e Meio.
Atriz: Giulletta Masina: A Estrada. 
7. QUAL O PIOR FILME QUE VOCÊ JÁ ASSISTIU?

Crepúsculo, Crepúsculo, Crepúsculo...


8. FILMES QUE VOCÊ NÃO ASSISTIRIA?
O resto da "saga" Crepúsculo.

9. INDIQUE ALGUNS FILMES…
A Estrada, Oito e Meio e A Doce Vida-Fellini
Gritos e Sussuros, Persona e Através do Espelho-Bergman
Tudo Sobre Minha Mãe, Volver, Carne Trêmula e A Lei do Desejo-Almodóvar
Quero Ser John Malkovich- Spike Jonze
Irreversível- Gaspar Noé
Viver-Akira Kurosawa
Juno-Jason Reitman
Dogville- Lars Von Trier
Annie Hall, Poderosa Afrodite e Match Point-Woody Allen
...

10. INDIQUE O CINE MEME PARA NO MÍNIMO 3 BLOGS
O Sérgio, no Curva Fechada
O Rodrigo, no Sujeito Simples
That's all, folks!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Das coisas que me lembro

Se eu pudesse colocar em uma caixa tudo que lembro sobre minha mãe, eu precisaria de uma caixa com todos desenhos da Disney/Pixar, uns cds do Elvis, Creedence, Bee Gees e Abba e ainda, uma torta de bolacha (que será sempre incomparável). As lembranças rodopiam na minha mente toda vez que o vento da imagem do sorriso dela sopra aos meus ouvidos, sussurando que esses vinte anos foram e serão sempre os melhores da minha (curta) vida ao seu lado. Não existe fórmula mágica que diminua meu sofrimento e meu pesar por ter perdido a pessoa mais importante da minha vida, até então. Não me julgue brega, dependente ou sentimentalóide. Não o sou mais (já fui!). Se há uma lição que tirei disso tudo foi a de ser forte e, principalmente, racional. Eu jamais estaria escrevendo isso agora se continuasse como a menina de 14 anos que não decidia nada sem a ajuda da mãe. Nos últimos tempos, as opiniões dela eram mais de amiga que de mãe.De verdade. Toda minha formação veio da espontaneidade dela, das brincadeiras com os números musicais dos desenhos, das repetidas vezes que dancei o karaokê do Shrek com ela e meu irmão e dos muitos natais com torta de bolacha. São banais e podem parecer bobas, no entanto, eram as caracterísitcas mais lindas e cativantes da minha mãe.
Não penso, agora, na exposição que esse post me trará (ou não!), mas se ele será válido, pelo menos para aliviar de forma passageira esse coração intranquilo, que às vezes só precisa...